………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….PEIXES………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………VOAM……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….NO……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………ASFALTO………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..QUENTE………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Clébson Oscar, 13’15”, HD, 2016
+ SINOPSE
Céu é céu. Cada um é um todo particular e singular. Indivíduo. Saudade é saudade.
+ APRESENTAÇÃO
No começo de 2016 eu e um grande amigo, Wilken Misael, dirigimos um filme que falava sobre amores efêmeros, solidão, e tendo como pano de fundo Fortaleza. Estávamos no alto do prédio mais alto da cidade falando sobre relacionamentos, sobre instantes de silêncios, e sobre o não-pertencimento a nada ou alguém.
Nos deixamos afetar por aquele espaço, por todos os sentidos e sensações que ele trazia, e pela visão quase aérea que tínhamos de Fortaleza; uma conexão que fez surgir cenas a partir dessa presença no espaço e numa imersão na imagem da cidade. Depois do filme ficaram comigo questões não resolvidas. Uma delas é de como retratar a cidade não somente como cenário de um filme, como dar a ela uma importante maior de ser talvez o fio condutor de narrativas, de personagens, de estruturas.
Peixes voam no asfalto quente fala dessa cidade, são fragmentos de lugares que percorro diariamente: o Pici e o Centro. No Pici, restos do asfalto do século passado, poucas pessoas seguindo por um caminho de terra. O céu azul, as arvores e o infinito. No Centro, as ruas de manhã cedo sendo preenchidas aos poucos. Novamente o céu e as arvores, pessoas que caminham, carros que passam, o movimento do infinito.
Ao tempo que o filme é um ensaio sobre questões que tenho desses dois espaços da cidade, ele também é uma carta para o Wilken, que aqui só veio uma única vez e que não conseguiu sentir esse pedaço da cidade que para mim é de uma intimidade e afeto extremos. Queria poder falar dessa cidade, desses espaços, e fazendo uma conexão entre Fortaleza e o Rio de Janeiro, numa junção de imagem e som que tornassem as duas cidades como parte de um mesmo todo, de um mesmo universo.
Cada um é um todo particular e singular. Indivíduo.
+ CONSTRUÇÃO
As imagens, captadas com um celular, foram todas feitas em Fortaleza; já o desenho sonoro do filme foi feito a partir de sons do Rio de Janeiro, coletados em sites de bancos de sons na internet, como por exemplo freesound.com e aporee.org.maps. A união desses dois espaços distintos, através de um trabalho de montagem, pode aproximá-los, como também me aproximar um pouco de Wilken e da cidade que ele mora.
O filme foi feito durante o curso Sinfonia de uma cidade, ministrado pelo realizador espanhol Pablo Arellano, em setembro de 2016 na Vila das Artes. Pablo trouxe muitas referências de filmes e vídeos que ajudaram imensamente na construção, no pensamento estético-narrativo. Sou muito grato ao Pablo por compartilhar pensamentos e ideias, e por tecer afeto por esse trabalho.
+ GRATIDÃO
Gratidão a Pablo Arellano, pelos motivos já citados,
a Raquel Rocha e Joana Passos, pelo feedback e conversa,
a Matheus Mendes, pelo feedback e as dicas de som no final da edição,
a Odorico Leal, pela linda música do final do filme,
e a Wilken Misael, por essa nossa amizade.
+ ASSISTA