Molhar eles feito chuva ácida
Instalação, Clébson Francisco – 2019
Conjunto de objetos diversos dispostos em parede, dimensões variadas: bordado em tecido brim “vai contra toda maldição de cristão” / bordado “eu vou matar” costurada em cima da imagem da princesa Isabel em página de livro aberto / pedras portuguesas riscadas com frases / exemplar do livro de Monteiro Lobato com a inscrição “traga-me a cabeça de Monteiro Lobato” na capa / exemplar do Código Penal / adesivo preto com letras brancas com a frase “a branquitude está aqui neste momento” / desenho de labirinto impresso em papel pólen A4 / pregos costuradas a tela branca 15x15cm / mapas cartográficos do Brasil Colônia com capitanias hereditárias e caminho dos bandeirantes durante o século XVI / livro aberto com o mapa da Europa durante o século XVI / desenho de mão em caneta esferográfica e frase em carvão “não quero papelão quero ouro” sobre papel pardo / reprodução de retratos dos principais presidentes do Brasil retirados de um atlas / bandeira em algodão-cru “mate um barão por dia” / jarro de vidro “vaquinha pra comprar privilégios” sobre livro “Conhecer”.
Em exposição na coletiva ZONA DE REMANSO – INFILTRAÇÃO ÁGUA E SAL, em cartaz no Museu de Arte Contemporânea do Ceará (Fortaleza, dezembro de 2019 – fevereiro de 2020).
Sobre a obra
Essa obra não é uma denúncia, essa obra não é um desabafo, essa obra não irá salvar ninguém da guerra ontológica que nos meteram a mais de 500 anos, y muito menos, permitirá resolver nossos problemas – que no fundo não são só nossos pois não foram criados por nós, mas sim, impostos a nós. Esse trabalho é um trabalho de desmantelo. Toda historiografia é estrategicamente incompleta. O acordo colonial tem a ver com proteger a branquitude.
Fotos: Linga Acácio (@lingadacobra)
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